A origem daquele que é actualmente o principal parque público municipal de Matosinhos remonta à instalação neste local, em 1481, do Convento de Nossa Senhora da Conceição da Ordem de S. Francisco. Instalados primitivamente, desde 1392, no Oratório de S. Clemente das Penhas (junto à actual Capela da Boa Nova), “numa marinha agreste: o mais inculto, desabrido e estéril [sítio]” conforme relatava em 1666 Fr. Manoel da Esperança. A natureza agreste do sítio levou, alguma décadas mais tarde, a que se procurasse transferir o cenóbio para um local mais ameno tendo sido escolhido a antiga “Quinta da Granja”.
Do primitivo convento já pouco resta. Vendido em hasta pública após a extinção em 1834 das ordens religiosos todo o vasto património que albergava foi desaparecendo. Actualmente ainda é visível o antigo claustro do convento, alguns chafarizes monumentais e a capela de S. Francisco, onde se encontram sepultado Frei João da Póvoa, antigo confessor do rei D. João II e principal impulsionador da construção do novo convento. Mas a peça mais emblemática é o magnífico portal de estilo manuelino que pertenceu à igreja do convento e que, após em meados do séc. XIX ter sido transferida para uma quinta particular em Vila Nova de Gaia, foi posteriormente devolvida à sua localização original.
Já no séc. XX a Quinta da Conceição, que confinava com as margens do rio Leça, entra na posse da Administração dos Portos de Douro e Leixões com vista à construção da doca nº2 do Porto de Leixões. Em 1956 a restante propriedade é arrendada pela Comissão de Turismo da Câmara Municipal de Matosinhos para a criação do “Parque da Vila”, sofrendo durante a década de 60 importantes melhoramentos coordenados pelo arqº Fernando Távora onde se destaca o campo de ténis e a piscina (da autoria do arqº Siza Vieira).